O ano de 2005 marca o início da minha carreira como empreendedor. Eu acreditava que havia alcançado um conhecimento técnico suficiente para tocar minha própria empresa aos 24 anos de idade. Além de ter adquirido uma bagagem considerável em gestão, construindo o software da empresa que trabalhei durante 5 anos como desenvolvedor.

Então eu pedi demissão do emprego, e junto com meu sócio construímos nossa empresa no modelo home-office. Mas logo começamos a entender que criar uma empresa de “garagem” aqui no Brasil não era como nos Estados Unidos. Eram muitos os desafios e o conhecimento que tínhamos tanto técnico quanto de gestão eram insuficientes. O fato de não termos um nome reconhecido e trabalharmos em casa também desvalorizava o nosso trabalho.

Em busca de mais conhecimento e suporte acabamos descobrindo que na cidade havia uma incubadora de empresas. Onde poderíamos ter um espaço de baixo custo para iniciarmos o negócio e também acesso às consultorias empresariais do SEBRAE. Então submetemos nosso projeto e iniciamos o processo seletivo.

Processo seletivo para vaga na Incubadora de Empresas.

No processo seletivo da época, precisávamos entregar um plano de negócios e para isso participamos de um curso para elaboração do plano de negócio com duração de 2 finais de semana. No curso vimos um pouco de tudo sobre gestão, marketing e principalmente planejamento financeiro, que era o que eu mais gostava de fazer!

Para realizar o planejamento financeiro, um consultor do SEBRAE nos passou uma planilha onde podíamos calcular desde, investimentos, formação de preço de venda utilizando Markup e Markdown, até o fluxo de caixa e indicadores como lucratividade, margem de contribuição e rentabilidade. Essa planilha seria um guia para nosso planejamento financeiro nos primeiros anos da empresa.

Foi um processo bem intenso e cansativo. Eu lembro que quando terminamos fomos pro bar pra finalmente podermos relaxar um pouco! Estávamos felizes por entregar um plano de negócios redondinho, com o fluxo de caixa de 5 anos projetados. E assim conseguimos nossa vaga na incubadora de empresas já em 2006.

O bom de estar numa incubadora de empresa foi que, além de termos uma localização de baixo custo, nós tínhamos acesso a consultorias periódicas, workshops e eventos direcionados a empresas nascentes que ampliaram muito o nosso conhecimento em negócio. Também foi nesse período que conhecemos diversos programas de aceleração de empresas.

Participando do programa PRIME.

Um desses programas foi o PRIME do Finep. O programa Prime (Primeira Empresa Inovadora) foi um programa do governo criado em 2009 (na época das vacas gordas), que oferecia subsídios financeiros à empresas nascentes para que pudessem estruturar a área de gestão.

A segunda fase do processo seletivo do programa ocorreu no campus da USP de Ribeirão Preto / SP, onde participamos de um curso de gestão empresarial muito bem elaborado e ministrado pela conceituada escola de negócios Fundação Don Cabral.

Outras fontes de conhecimento em gestão empresarial.

E assim criamos uma cultura de sempre pesquisar sobre novos conhecimentos que pudessem melhorar nosso modelo de gestão. Em uma dessas pesquisas descobri a Endeavor, que é uma organização global sem fins lucrativos que apoia o empreendedorismo.

A Endeavor oferece um conteúdo muito rico para empreendedores de todos os segmentos e tamanhos. Além do conteúdo através de artigos e e-books em diversas áreas como marketing, gestão de pessoas e finanças, eles também possuem uma plataforma de EAD com cursos muito interessantes desenvolvidos em parceria com empreendedores renomados. E é tudo de graça!

Um dos cursos que indico é o de Finanças Básicas para Empreendedores, que me ajudou muito a melhorar o meu modelo de gestão financeira. Através de uma planilha bem interessante que é uma mão na roda para quem ainda não tem condições de adquirir um software. Nela é possível calcular projeções de venda, custo de mão-de-obra, fluxo de caixa e ainda gerar um demonstrativo de resultados.