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Gigantes como Airbnb e Uber se preparam para abrir capital na bolsa — mas, mais do que isso, consolidaram um modelo de negócios que inspirou diversas startups: é possível dividir para faturar. A tendência da economia compartilhada chegou ao Brasil há alguns anos, com a ideia de que é possível conectar de forma financeiramente sustentável consumidores a ativos subutilizados — desde uma roupa que não sai do armário até o tempo de profissionais dos mais diversos setores.

Alguns empreendedores brasileiros souberam superar os desafios desse tipo de empreendimento e abriram negócios de economia compartilhada. Suas ideias de negócio resolvem problemas de consumidores; podem gerar uma renda extra a vendedores de produtos e serviços; e continuam expandindo seu alcance para mais usuários.

Veja, a seguir, 10 startups que cresceram dando renda extra a seus usuários:

1 — Cataki

O Cataki une catadores em busca de renda a usuários e empresas dispostas a praticarem mais a coleta seletiva. De um lado, o aplicativo busca aumentar a renda dos 800 mil catadores no país, segundo suas próprias estimativas. Do lado das empresas e consumidores contratantes, o objetivo é aumentar a adoção da coleta seletiva, reciclagem e sustentabilidade.

Com 100 mil downloads do aplicativo, o Cataki reúne 1.400 catadores e pontos de coleta em cerca de 300 cidades brasileiras. Basta ter um telefone para aderir ao serviço.Os catadores registrados pelo aplicativo costumam se dedicar integralmente à coleta e possuem renda de 300 a 3 mil reais mensais.

2 — DogHero

A DogHero oferece serviços de hospedagem e caminhada de cachorros. Criada em 2014, tem 18.500 anfitriões e passeadores cadastrados para servir 800.000 cachorros, em 750 cidades da Argentina, do Brasil e do México.

Para que um passeador ou um anfitrião entrem na plataforma, devem passar por treinamentos online que mostram, por exemplo, sintomas que indicam que o pet deve ser levado ao veterinário. As hospedagens apresentam um tíquete médio de 220 reais e são usadas cinco vezes ao ano por usuários recorrentes. Os passeios, ainda que tenham um tíquete de 30 reais, são usados 50 vezes ao ano.

3 — Elo7

O Elo7 foi criado em março de 2008, com a proposta de ser um canal online para a venda de produtos de artesãos. A plataforma funciona como um shopping center online, provendo espaço e marketing aos produtores em troca de uma comissão.

Não há custo fixo para abrir uma loja, e sim uma cobrança baseada nas vendas. Há dois planos de publicação dos itens, com valores diferentes. No modelo Clássico, a comissão é de 12%. No modelo Plus, em que os produtos anunciados possuem maior destaque nas buscas, no e-mail marketing e nas redes sociais, a comissão é de 18%. O valor já inclui a taxa de transação dos pagamentos, independentemente do meio usado.

Atualmente, o site possui 90 mil vendedores ativos em 3,7 mil cidades de todo o Brasil, com 6 milhões de produtos anunciados em categorias como “Acessórios e vestuário”, “Bebê”, “Celebrações”, “Decoração e Utensílios para Casa”. Em 2017 foram 1,7 milhão de compradores, que movimentaram 550 milhões de reais.

4 — GetNinjas

O GetNinjas é uma ferramenta que conecta prestadores de serviços a potenciais clientes. São mais de 200 tipos de serviço de mais de 500.000 prestadores — que incluem advogados, designers, churrasqueiros, chaveiros, encanadores, e por aí vai.

O aplicativo nasceu no Brasil em 2011, para formalizar os bicos, e hoje opera também no México. Na plataforma, os próprios prestadores de serviços estabelecem um preço e negociam diretamente com o cliente, e o GetNinjas cobra uma taxa que vai de 1 a 8 reais. Em 2018, os serviços contratados pela plataforma movimentaram 300 milhões de reais.

5 — Hotmart

Criada em 2011, a Hotmart é uma plataforma que oferece o ecossistema necessário para venda, divulgação e compra de produtos digitais, como cursos online, ebooks, audiobooks, podcasts, entre outros.

A Hotmart tem mais de 150 mil produtos cadastrados na plataforma.  A startup de Belo Horizonte (Minas Gerais) cobra uma tarifa de serviço por cada transação que é aprovada e, toda vez que um usuário faz uma venda com sucesso, a Hotmart recebe uma comissão. A cobrança padrão é de uma tarifa de 9,90% + R$ 1,00. O negócio possui mais de sete milhões de usuários, entre produtores, afiliados e compradores, e não releva a renda de produtores e afiliados no uso da plataforma.

6 — Loggi

A Loggi é uma startup de logística expressa, que conecta entregadores a negócios como comércios eletrônicos, restaurantes, supermercados e empresas que precisam transportar documentos e outros materiais.

A startup tem hoje uma frota de 17 mil entregadores. Para participar, é preciso se registrar como microempreendedor individual (MEI). Segundo a Loggi, os profissionais cadastrados fazem quatro horas de entregas por dia e faturam em média mais de 3,5 mil reais.

7 — MaxMilhas

A MaxMilhas é uma plataforma para comprar e vender passagens aéreas com desconto por conta de milhas aéreas.

Quem quer comprar uma passagem deve entrar no site e escolher, data, destino e número de passageiros. A MaxMilhas mostra as opções cheias, oferecidas pelas companhias aéreas, e as opções com milhas de outros usuários. O usuário deve escolher a melhor opção, preencher os dados, realizar o pagamento e a empresa emitirá a passagem indicada.

Já quem quer vender milhas deve entrar no site e estabelecer por quanto quer vender cada lote de 1.000 milhas. A MaxMilhas dá sugestões de preços, com base em seu banco de ofertas. Após análises antifraudes da startup, sua oferta ficará disponível para compradores no site. O vendedor recebe o dinheiro da venda das milhas em sua conta bancária em até 20 dias corridos após a emissão da passagem.

A startup se monetiza de duas formas. A primeira é uma taxa de serviço cobrada na compra da passagem, que gira em torno de 5% sobre a economia que o viajante teve na compra feita na MaxMilhas. A segunda é uma comissão de 10% a 35% sobre o valor das milhas ofertadas no site pelos vendedores cadastrados.

Em seus seis anos de empresa, a MaxMilhas passou de três milhões de passagens aéreas emitidas e movimentou 30 bilhões em milhas. Segundo estatísticas de abril de 2018, o negócio tem 800 mil usuários cadastrados atualmente, sendo 80 mil vendedores.

8 — Singu

Criada em 2015, a Singu oferece agendamento com 3.000 manicures, pedicures, massagistas e esteticistas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A manicure sai por R$ 48 e uma escova modelada custa a partir de R$ 76. Os preços dos serviços são tabelados e o atendimento é no local de preferência do cliente, sete dias por semana entre 7h e 21h30.

Os salões de beleza não são obrigados a contratar profissionais pelo regime em carteira desde 2016, com a Lei do Salão Parceiro. Para o fundador Tallis Gomes, a vantagem da plataforma é ajudar o profissional a ganhar mais, já que fica com 35% da receita, enquanto há salões que embolsam até 70%.

9 — Supermercado Now

O Supermercado Now é um aplicativo de entregas especializado em supermercados. Seus 100 mil usuários cadastrados acessam o app, montam sua lista de compras em 70 lojas das mais de 20 redes parceiras na Grande São Paulo e ABC e recebem os produtos em até 2 horas.

Os entregadores do Supermercado Now fazem as compras e levam os produtos ao endereço combinado. Os consumidores pagam a taxa de entrega, que remunera os entregadores. Há também os usuários que preferem fazer uma assinatura mensal com entregas ilimitadas. Além disso, a startup cobra uma comissão dos varejistas, sobre o valor dos pedidos, como parte de sua monetização.

10 — Workana

A Workana foi criada em 2012 e tem como objetivo conectar pessoas que pedem serviços remotos com freelancers dispostos a fazê-los. Os projetos mais comuns são na área de comunicação, design e tecnologia da informação. Dos mais de um milhão de freelancers cadastrados na plataforma, metade é brasileira.

O cliente se cadastra e publica gratuitamente um projeto. A partir daí, recebe propostas de pessoas que buscam uma renda extra. O cliente pode olhar o perfil de cada pessoa, incluindo avaliações. Ele escolhe, faz o pagamento para a plataforma e o freelancer começa seu trabalho remoto. A Workana guarda o pagamento do projeto e o libera apenas quando o freelancer terminar o serviço, tirando uma comissão de 15%.

Mais de 300 mil projetos foram feitos por meio do Workana em 2018 – para 2019, a meta dobrar o número anual de projetos. O ticket médio desses projetos vai de 180 a 540 reais, mas varia muito com o tipo de trabalho desempenhado.

Fonte: Exame

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