Se você tem uma startup, provavelmente pensa em trocar uma fatia na sua empresa para obter recursos para seu crescimento. É o que acontece com um aporte de fundos de venture capital (capital de risco) ou com uma oferta em sites de equity crowdfunding. Mas diluir participação não é a única forma de obter recursos para negócios inovadores mas recusados nos bancos.

É o que acredita a SP Ventures. O fundo de venture capital abriu uma nova frente: a de venture debt, tipo de financiamento disseminado nos Estados Unidos e desconhecido no Brasil. Após ganhar um edital do BNDES, a SP Ventures lançou o fundo Brasil Venture Debt I. Serão 140 milhões de reais em financiamentos para 30 a 35 startups.

“Não somos banqueiros. Viemos de um caminho empenhado no venture capital, entendendo a dor das startups quanto à diluição da sua participação no negócio”, diz Gabriela Gonçalves, presidente do Brasil Venture Debt I. Alguns dos investidores são o próprio BNDES, XP Investimentos, o fundo de investimento Bossa Nova e family offices.

O potencial do venture debt

O venture debt é um financiamento com taxas mais atrativas do que as vistas pelas startups nos bancos, de acordo com Gonçalves. As startups muitas vezes não têm as garantias pedidas pelas instituições financeiras para garantir um empréstimo com taxas baixas e prazos de pagamento longos, como propriedades ou lucros sólidos. O venture debt pode ter menos da metade da taxa comumente vista na antecipação de recebíveis, por exemplo.

A redução acontece porque o Venture Debt I pode considerar contratos assinados, mas ainda não executados, em sua avaliação. Também monta uma conta vinculada em que parte do faturamento da empresa circula, dando segurança ao fundo.

A modalidade de financiamento não é para qualquer startup, porém. O Brasil Venture Debt I concede financiamento a negócios que tenham faturado entre 4 e 90 milhões de reais no ano anterior ao pedido de empréstimo. O fundo pede que as empresas tenham uma governança mínima, o que geralmente se traduz em um aporte anterior de investidor institucional (um anjo de renome ou um fundo de venture capital).

Os tíquetes de financiamento vão de 1 milhão a 14 milhões de reais. “Para pagar essa dívida, as empresas já devem ter provado seu modelo de negócio”, diz Gonçalves.

O venture debt pode ser usado para duas finalidades. A primeira é usar os recursos entre rodadas para crescer, atingir uma maior avaliação de mercado e só então voltar para a esteira de captação com fundos de investimento. A segunda é usar o venture debt na própria rodada de captação, obtendo mais recursos sem alterar a diluição de participação dos sócios.

O mercado de venture debt atingiu 8,4 bilhões de dólares nos Estados Unidos em 2018, crescimento de 30% sobre 2017. Para 2019, a previsão é que a modalidade de financiamento atinja 10,1 bilhões de dólares – o dobro do visto há apenas três anos. Gigantes como Facebook e YouTube já fizeram rodadas de venture debt.

Segundo Gabriela, o mercado brasileiro de venture debt ainda é incipiente para se falar em números. Mas o Brasil Venture Debt I busca mudar esse quadro. O plano é investir os 140 milhões de dólares em 30 a 35 startups durante dois anos. O retorno do investimento deve acontecer nos três anos seguintes.

O fundo de venture debt começou em agosto deste ano e financiou duas startups até o momento: a construtech Ambar e a foodtech Legurmê. Outros dois novos empréstimos devem ser anunciados ainda em 2019.

Fonte: PEGN

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