O meu “despertar da força” com o fluxo de caixa foi na faculdade. Em um trabalho de conclusão de curso, desenvolvi um software de gestão financeira na linguagem Clipper. Escolhi o Clipper porque na época era a linguagem que tinha uma alta demanda no mercado, então eu precisava aprender Clipper para conseguir um emprego na área mais facilmente.
Para desenvolver esse software tive que fazer uma pesquisa para entender melhor sobre gestão financeira empresarial. Em 1999 não existia o Google e a internet era quase inacessível e lenta (incríveis 56 Kbps). Por isso o jeito era recorrer aos livros da biblioteca da faculdade, ou entrevistar algum empresário que tivesse a boa vontade de me atender e, quem sabe, ceder uma cópia de sua planilha financeira feita no Lotus 123.
Bom, depois de levantar os requisitos do software cheguei a definição de uma solução simples para atender o básico necessário de uma empresa. Seria formado pelo cadastro de clientes e fornecedores, e um “mini” plano de contas que chamei de “histórico”, que tinha só uma breve descrição da conta e o tipo que podia ser (C – Crédito ou D – Débito).
Com isso o usuário podia lançar as contas a pagar e receber, efetuar as baixas e lançar movimentação bancária “avulsa”, ou seja, que implicava diretamente no saldo bancário sem passar pelo contas a pagar e receber. Tudo era armazenado em um banco de dados (Arquivos DBF). E dava até para imprimir listagem de lançamentos em impressora matricial ou jato de tinta. Era um software simples, mas funcionava e atendia o seu propósito.
O meu modesto software de fluxo de caixa rendeu uma boa nota de conclusão do curso. E principalmente foi ao criá-lo que eu comecei a me interessar em como poderia utilizar software para melhorar a eficiência na gestão das empresas.