O ano de 2018 foi, de forma geral, um bom ano para ser uma startup no Brasil. Segundo levantamento da ABStartups, há atualmente no País 10.200 startups ativas – um número 20% maior quando comparado a 2017. Foi um ano marcado por investimentos no setor e aquele que será lembrado como o ano dos unicórnios brasileiros.

Cinco startups brasileiras entraram para o seleto clube de jovens empresas digitais que atingiram o valor de mercado de 1 bilhão de dólares. São elas 99, PagSeguros, Nubank, Stone e iFood. Para 2019, a expectativa é que esse número aumente.

“A tendência é que no ano que vem a gente tenha um número maior ainda. Tivemos startups que receberam grandes investimentos, é natural que novos unicórnios surjam”, avalia Amure Pinho, presidente da ABStartups.

Uma das principais apostas para este ano projetava o crescimento das fintechs, startups que oferecem serviços financeiros tanto para o usuário final quanto para outras empresas. As brasileiras Nubank, Guiabolso e Geru foram selecionadas, inclusive, como as 100 fintechs mais inovadoras do mundo, segundo ranking da KPMG de 2018. A Nubank assumindo a sétima posição. “Não tem como negar que o Brasil está muito perto de uma disrupção financeira”, ressalta Pinho.

“Um grande sinal da popularização foi a participação dos bancos nas fintechs. Eles se abriram e estão investindo nelas e também criando campus de inovação. Ou seja, passou da fase de competição e agora estamos na fase de mutualismo. É um setor que tem muito dinheiro e que está atraindo os principais investimentos e liderando a nossa economia”, acrescenta.

A vez das startups B2C

Se nos últimos anos, empreendedores brasileiros viam nas corporações uma aposta mais segura para desenvolver soluções, hoje, exemplos de startups bem-sucedidas que atendem o consumidor final mostram, na visão de Amure Pinho que, o “brasileiro aprendeu a fazer startup B2B”.

“Se a gente for pensar, Yellow, Grin, Rappi, iFood, Quinto Andar, 99, Nubank, eu diria que a gente deu uma virada nos últimos dois anos para o B2C. Ainda que o B2B represente a maior fatia do faturamento, acho que o B2C está vindo com muita força. Os brasileiros estão aceitando muito bem as novas tecnologias. Somos muito abertos a experimentar coisas novas. Não é à toa que somos o terceiro maior mercado de games e o primeiro em redes sociais”, destaca Pinho.

O interesse da China no mercado brasileiro

A China não tem escondido o seu interesse estratégico no mercado de startups brasileiro. Afinal, o potencial de usuários de serviços digitais é enorme, mesmo para o país que possui gigantes da internet como o Alibaba e JD.com. A aproximação da China às strtups brasileiras se concretizou no início de janeiro, quando a plataforma chinesa de transporte Didi Chuxing anunciou, em janeiro, a compra da 99. No ano anterior, a companhia já havia aportado US$ 100 milhões de dólares na startup. A aquisição oficializou a alcunha de “primeiro unicórnio brasileiro” à 99.

A Nubank também atraiu a atenção da gigante chinesa Tencent que realizou aporte de US$ 200 milhões na fintech neste ano, um negócio que avaliou a empresa em US$ 4 bilhões – tornando-a uma das mais valiosas da América Latina.

Para Amure Pinho, a China deve seguir com os investimentos em jovens empresas brasileiras de tecnologia. “A China ultrapassou nos últimos anos os EUA em termos de velocidade no desenvolvimento e adoção da tecnologia, na economia e tração da inovação. Essa nova ordem mundial coloca a China em um momento financeiro muito forte. Dessa forma, a China consegue ter penetração nos países. Ela está aproveitando esse momento para garantir raízes, capilaridade na economia mundial”, avalia.

O que esperar de 2019

Há alguns setores de startups que despontaram neste ano ao lado das fintechs. As chamadas agritechs, logitechs, foodtechs e as startups para a indústria, na visão de Pinho, devem ganhar ainda mais destaque em 2019.

“O agronegócio tem crescido muito com a digitalização do campo. O setor de logística, de entregas, como vemos com a Rappi e o de transporte com a 99 e Yellow. Estamos muito próximos de um grande boom no setor logístico no Brasil, que é um grande desafio nosso devido ao tamanho do país. O setor da indústria tem recebido grande participação governamental e investimentos”, diz Pinho.

Quanto a adoção de novas tecnologias, as startups também olharam em 2018 para nomes que emergiram e popularizaram na imprensa, entre eles o Blockchain. “É a tecnologia que fará a diferença. Mas acho que no ano que vem estamos cada vez mais próximos de uma disrupção em inteligência artificial. Acho que todas as novas startups e as antigas vão olhar para isso com muito carinho, porque estamos tirando aprendizado do algoritmo e colocando machine learning. Quem adotar isso vai conseguir oferecer um produto com mais experiência e personalização ao seu usuário”, projeta.

Na lista abaixo, relembre as startups brasileiras que conquistaram o título de unicórnio:

99

Em janeiro deste ano, a 99 alcançou o patamar de “unicórnio” ao ser comprada pela Didi Chuxing. A empresa brasileira foi fundada em 2012 por Ariel Lambrecht, Renato Freitas e Paulo Veras, inicialmente como um aplicativo para chamar táxis. Em 2017 incorporou a modalidade Pop no aplicativo, para permitir que os usuários pudessem também utilizar transporte particular, concorrendo diretamente com apps como Uber e Cabify. Atualmente a 99 é a principal concorrente da Uber no Brasil.

PagSeguro

A PagSeguro, empresa de meios de pagamento do grupo UOL, fez em janeiro deste ano um dos maiores IPOs de uma companhia de tecnologia brasileira na Bolsa de Nova York (NYSE). Na ocasião, a oferta superou as expectativas e movimentou US$ 2,3 bilhões. A empresa conquistou o título de unicórnio. No entanto, questionou-se na época se o título era “merecido”, uma vez que a empresa teve boa parte do seu crescimento sob o comando da UOL e não como uma organização independente.

Nubank

Em março deste ano, a Nubank anunciou que havia atingido o valor de mercado de 1 bilhão de dólares. Meses depois, em outubro, confirmou que a Tencent, dona do app WeChat, investiu na empresa US$ 200 milhões, o que avaliou a fintech em US$ 4 bilhões. A empresa superou a marca de 5 milhões de clientes neste ano e lançou novos serviços, incluindo uma nova versão de seu cartão com chip e o recurso de débito.

Stone

A startup especializada em pagamentos, concorrente da Pag Seguro, fez sua oferta pública inicial em outubro deste ano e, como resultado disso, conseguiu captar US$ 1,2 bilhão.

Movile e iFood

A iFood recebeu em novembro uma rodada de investimento de US$ 500 milhões para expandir sua atuação no exterior e no Brasil. A startup também revelou na ocasião do anúncio que se tornou ainda em 2017 um unicórnio brasileiro, mas só optou por anunciar os valores depois que recebeu o novo aporte. A Movile, empresa que controla o iFood, também já vale mais de US$ 1 bilhão desde o início do ano passado.

Fonte: idgnow

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