Atualmente existem 12 mil startups no Brasil, que juntamente com os onze unicórnios nacionais inspiram as pessoas a empreender cada vez mais. Todavia, lançar uma startup envolve grandes desafios, mesmo para os mais capacitados, afinal 25% são descontinuadas antes do primeiro ano de vida e metade delas, antes dos quatro anos.
O primeiro desafio de um empreendedor é encontrar uma oportunidade, algo que ainda não foi pensado, ou que existe no mercado mas é mal oferecido. Por exemplo, o fundador da Uber, estudou o mercado de transporte e verificou que existia uma demanda mal atendida, onde poderia gerar valor.
Em seguida, é preciso estruturar a ideia, tentar preencher cada item do Canvas, pelo menos um rascunho, antes de colocar a mão na massa. Muitas vezes, encontramos empreendedores que não conseguem transformar a ideia em negócio, ou seja, não encontram um modelo de geração de receita. Esse exercício do Canvas pode ser interessante para resolver esses tipos de dúvidas, que são comuns no começo. Como professor em escolas de negócios, observo que essa fase é um dos principais desafios para os potenciais empreendedores. Fique atento!
Uma outra boa prática é encontrar alguém, que tenha feito algo parecido com o que você imagina, busque referências no mercado nacional e internacional, pois certamente haverá algo similar. Não ter concorrência pode ser um sinal de que o mercado é ruim, ou que a sua solução é muito complexa e inviável.
Antes de desenvolver o MVP, realizar pesquisas com o mercado-alvo para validar suas premissas, pode evitar perda de tempo. E não pense que pesquisa é algo difícil, elas podem ser feitas via redes sociais, na rua com um grupo de 30, 40 pessoas, nada que demande mais de três semanas. Pesquisa é mais barato do que desenvolvimento de produto, lembre-se disso.
O próximo passo é a construção da equipe. Ter um bom time é essencial para que o seu projeto saia do papel. No caso de startups, no início, um time de duas ou três pessoas é o suficiente para o desenvolvimento do MVP e a validação da ideia. Atente-se para o perfil das pessoas que você convidará para o seu projeto, elas precisam acreditar muito na sua iniciativa, estar dispostas a receber em médio/longo prazo e ter tempo para construir a startup do zero.
Uma pessoa de negócio, um desenvolvedor e um designer conseguem, nessa fase, traduzir o que o empreendedor sonha em um produto mínimo, que deve ser feito rapidamente e testado com potenciais clientes. Cuidado na escolha desse time, analise por um tempo o trabalho deles, faça um contrato de vesting, antes de convidá-los para formar uma sociedade.
A validação do MVP é uma etapa eliminatória, se deu certo siga em frente, caso não, revise suas premissas e refaça todo o processo. As horas dedicadas nesse processo são inúmeras e quanto melhor você o fizer, melhor entenderá a necessidade do seu cliente e melhor será a sua solução.
Não gaste muito dinheiro nesse estágio, é preciso ser eficiente. Procure soluções no mercado que possam complementar a sua, evitando assim desenvolver muitas linhas de código, afinal trata-se de um teste e dedicar muitas horas sem validar aos poucos, aumenta o risco de jogar o investimento fora.
Ao encontrar a oportunidade no mercado, o próximo desafio é escalar. Nessa etapa, se você não achar um investidor, o caminho tende a ser mais lento. O dinheiro do investidor é, na verdade, um empurrão para que você cresça mais rápido e melhore seu produto e processos. Seguir sem investidor pode ser complexo, startup requer tempo, dedicação (muitas horas mesmo) e alguém precisa pagar essa conta, tendo em vista que, muitas vezes as despesas vem primeiro do que a receita.
Achar investidor é um processo difícil também. No começo, você precisa encontrar um anjo, uma pessoa que investirá de 100 a 500 mil no seu negócio. O perfil do anjo geralmente é alguém que tem conhecimento de startups, dos riscos envolvidos e que pode ajudar com mentoria no negócio e principalmente com networking.
Com um anjo no time, arrume a casa e busque construir um negócio sustentável. O foco no cliente aumentará, aqui você deixará de cuidar de dezenas de clientes e poderá chegar a milhares. Automatize, o máximo possível, os processos, utilize boas ferramentas de gestão de trabalho (Jira, Trello, dentre outras) e de comunicação e organização (Drive, Slack, Confluence, Pipedrive). Caso não conheça essas ferramentas, é importante estudá-las, porque podem ajudar muito no seu negócio.
Esse foi um resumo, muito breve, para você entender as demandas iniciais de uma startup. No mundo real, além do que citei, haverá outros pontos importantes que demandam tempo e esforço. É como escalar uma montanha, ou fazer uma travessia oceânica, empreender requer preparação, dedicação, apoio e sorte. Mas não desanime, os empreendedores são figuras essenciais para o desenvolvimento de um país e já temos exemplos de excelentes startups brasileiras, inclusive unicórnios. Quem sabe não será você, o fundador do próximo?
*Pedro Teberga é CEO do Polinize e professor na ESPM e FIA.
Fonte: PEGN
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