São Paulo – Os computadores serão ainda mais inteligentes e rápidos. Cada notícia passará por uma bela checagem. Doenças crônicas terão tratamentos acessíveis. O meio ambiente estará preservado, enquanto cidades atuam para gerarem energia.
Tudo isso parece uma conversa para as próximas décadas, mas já existem negócios inovadores transformando tais tendências em realidade. A empresa de análises CB Insights listou 36 startups que respondem a 12 movimentos que ganharão força no próximo ano.
Eles são: computação quântica com foco em inteligência artificial; inteligência artificial com foco em internet das coisas (IoT); defesa contra a desinformação; policiamento inteligente; administração da dor; extensores de longevidade; matadores de superbactérias; direcionamento inteligente de ondas; tecnologias para veículos; engenharia de ecossistemas; edifícios de consumo zero; e preservação da vida marinha.
Das 36 startups avaliadas, 26 encontram-se nos Estados Unidos. Os outros países que completam a lista são Canadá, Holanda, Índia, Israel e Reino Unido.
Veja, a seguir, quais são as startups que mudarão o mundo em 2019, por setor:
1 — Computação quântica com foco em inteligência artificial
A computação quântica, uma aplicação dos princípios da mecânica quântica à computação, pode aumentar a velocidade e a quantidade de processamento das máquinas. Com isso, a computação quântica pode impulsionar a inteligência artificial a possuir algoritmos ainda mais poderosos.
Algumas startups que trabalham com a “quantum AI” são Qindom (Canadá, 2 milhões de dólares em aportes), Xanadu (Canadá, 6,9 milhões de dólares) e ZapataComputing (Estados Unidos, 5,4 milhões de dólares). Elas trabalham com a inteligência artificial para, por exemplo, fazer análises de mercado financeiro, logística, química e saúde.
2 — Inteligência artificial com foco em internet das coisas (IoT)
Uma inteligência artificial mais bem desenvolvida pode melhorar a performance de equipamentos que façam uso da internet das coisas, ou IoT. Com a inteligência artificial, objetos físicos podem coletar e transmitir dados a partir de uma banda larga e de um tempo de demora menores, de acordo com o CB Insights.
Algumas startups que trabalham com a IA focada em internet das coisas são Kneron (Estados Unidos, 28 milhões de dólares em investimentos), Swim (Estados Unidos, 10 milhões de dólares) e Syntiant (Estados Unidos, 30 milhões de dólares). Elas desenvolvem soluções para equipamentos de localização, monitoramento nas cidades, vigilância e até reconhecimento de comportamentos e emoções.
3 — Defesa contra a desinformação
Já existem startups focadas apenas no combate às notícias falsas (fake news) e identificação de campanhas publicitárias. Segundo um estudo do Pew Research Center reproduzido pelo CB Insights, 64% dos americanos acham que histórias fabricadas causam confusão na hora de se informar sobre fatos diários.
Algumas startups que trabalham na defesa contra a desinformação são AdVerif.ai (Israel, sem investimento revelado), AI Foundation (Estados Unidos, 10 milhões de dólares em investimentos) e New Knowledge (Estados Unidos, 13 milhões de dólares).
Elas trabalham, respectivamente, com verificação e moderação de conteúdo para profissionais de publicidade; checagem de conteúdos digitais enganosos; e proteção de marcas empresariais contra campanhas de desinformação.
4 — Policiamento inteligente
Algumas startups que trabalham com policiamento inteligente Elucd (Estados Unidos, 1 milhão de dólares em investimentos), Magnet Forensics (Canadá, sem investimento revelado) e Mark43 (Estados Unidos, 78 milhões de dólares em investimentos).
A Elucd monitora quanto os moradores de uma região se sentem seguros e aprovam o cumprimento das leis; a Magnet Forensics desenvolve um software que recupera evidências de smartphones, computadores e tablets; e a Mark43 possui um software de gestão que reduz trabalhos administrativos e facilita o compartilhamento de informações por departamentos de polícia nacionais.
5 — Administração da dor
Novas terapias e medicamentos podem aliviar dores agudas ou crônicas, reduzindo a dependência em medicamentos opioides. Nos Estados Unidos, 46 pessoas morrem por dia devido à overdose por opioides prescritos.
Algumas startups que atuam na administração da dor são Centrexion Therapeutics (Estados Unidos, 136 milhões de dólares em investimentos), Kineta (Estados Unidos, 76 milhões de dólares) e Myoscience (Estados Unidos, 146 milhões de dólares).
6 — Extensores de longevidade
Ainda sobre saúde, as startups estão de olho no uso da inteligência artificial para combater o envelhecimento e doenças relacionadas.
Algumas startups que querem ser “extensores de longevidade” são AgeX Therapeutics (Estados Unidos, 16 milhões de dólares em investimentos), Ichor Therapeutics (Estados Unidos, 1 milhão de dólares) e Juvenescence AI (Reino Unido, 65 milhões de dólares).
Esses negócios inovadores focam em, por exemplo, imortalidade de células, biologia regenerativa, alterações nas mitocôndrias e intervenções terapêuticas.
7 — Matadores de superbactérias
Chamadas pelo CB Insights de Superbug Killers, ou “matadoras de super insetos”, as startups nessa categoria querem combater o crescimento de superbactérias, resistentes aos antibióticos comuns.
Algumas startups que querem se tornar matadoras de superbactérias são Adaptive Phage Therapeutics (Estados Unidos, 2 milhões de dólares), BugWorks Research (Índia, 13 milhões de dólares) e MicuRx (Estados Unidos, 110 milhões de dólares em investimentos). Elas fazem uso de terapias ou do desenvolvimento de medicamentos mais eficazes.
8 — Direcionamento inteligente de ondas
Aplicações de direcionamento inteligente de ondas podem melhorar a conectividade de celulares, equipamentos dotados de internet das coisas e radares, por exemplo. Algumas áreas que se beneficiam do direcionamento inteligente são segurança, telecomunicações e transportes.
Algumas startups que atuam no direcionamento inteligente de ondas são Echodyne (Estados Unidos, 44 milhões de dólares em investimentos), Metawave (Estados Unidos, 17 milhões de dólares em investimentos) e Pivotal Commware (Estados Unidos, 32 milhões de dólares em investimentos).
9 — Tecnologias para veículos
As tecnologias vehicle to everything, ou V2X, fazem com que automóveis possam ser mais inteligentes e seguros ao expandirem sua capacidade de ver, ouvir e comunicar comandos. As tecnologias podem ser de veículo para veículo (por exemplo, detectar uma ambulância), de veículo para pedestre (detectar um pedestre), de veículo para rede (detectar um congestionamento) ou de veículo para infraestrutura (detectar um sinal vermelho).
Algumas startups que trabalham com tecnologia para veículos são Autotalks (Israel, 65 milhões de dólares em investimentos), Kymeta (Estados Unidos, 218 milhões de dólares) e Savari (Estados Unidos, 20 milhões de dólares).
10 — Engenharia de ecossistemas
A tecnologia já está sendo usada para lidar com as consequências da degradação ambiental. No lugar de trabalhar contra a natureza, os negócios inovadores trabalham em colaboração com o meio ambiente por meio da coleta de dados.
Algumas startups no ramo de engenharia de ecossistemas são Aclima (Estados Unidos, 24 milhões de dólares em investimentos), DroneSeed (Estados Unidos, 5 milhões de dólares) e Pivot Bio (Estados Unidos, 87 milhões de dólares). Elas trabalham, respectivamente, com monitoramento da natureza, semeadura de precisão e corte da emissão de nitrogênio por meio de soluções microbiais.
11 — Edifícios de consumo zero
Outros negócios inovadores focam em transformar as cidades inteligentes em estações de produção de energia limpa, com benefícios ambientais e econômicos.
Algumas startups que atuam nos edifícios de consumo zero de energia são Blueprint Power (Estados Unidos, 4 milhões de dólares em investimentos), Packetized Energy (Estados Unidos, 2 milhões de dólares) e UbiQD (Estados Unidos, 2 milhões de dólares).
12 — Preservação da vida marinha
Por fim, já existem negócios inovadores focados em preservar as espécies que habitam os oceanos e protegê-las de ameaças como poluição por plásticos e pesca predatória.
Algumas startups que atuam na preservação da vida marinha são NovoNutrients (Estados Unidos, 10 milhões de dólares em investimentos), The Ocean Cleanup (Holanda, 22 milhões de dólares) e SafetyNet Technologies (Reino Unido, sem investimento revelado).
Elas atuam, respectivamente, com transformação de gás carbônico em alimentos para peixes; em equipamentos luminosos que ajudam na seleção dos peixes por pescadores; e em tecnologias para extração de plástico dos mares.
Fonte: Exame
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