barragens

As duas últimas tragédias que desolaram o Brasil, deixando centenas de mortes e quilômetros de devastação ambiental, a partir de Brumadinho e ariana, levantaram um grande questionamento: é possível diminuir os riscos das barragens e garantir a segurança de todos de forma eficiente e economicamente viável?

A MiningMath, startup de Belo Horizonte, garante que sim. A empresa criou um software, o SimSched, que, por meio da união de técnicas modernas de programação e da ciência de dados, permite a combinação de quaisquer variáveis de um projeto de mineração para geração de análises, hipóteses e possíveis resultados.

O objetivo é contribuir para melhorar os processos de tomada de decisão nas mineradoras, de modo a considerar de forma efetiva aspectos econômicos, sociais e ambientais do negócio.

A lógica do sistema é colaborativa, ou seja, cada área ou profissional insere dados relativos à sua competência e a tecnologia propõe uma série de cenários possíveis diante dos principais desafios mapeados.

O resultado é um processo mais seguro e que agrega qualidade e agilidade às decisões, já que a totalidade dos parâmetros, condicionantes e variáveis de todas as áreas são cruzados e as consequências, mensuradas.

Desenvolvido desde 2013 por Alexandre Marinho, formado em matemática computacional pela UFMG, e por Fabrício Ceolin, cientista da computação também pela UFMG, o SimSched permite, dentre outras funcionalidades, a visualização mais eficiente de riscos, incluindo impactos ao meio ambiente e à comunidade, a otimização de investimentos e a melhoria de processos.

Responsabilidade

No Brasil, a mineração corresponde a 36% do saldo da balança comercial brasileira, gerando mais de 2 milhões de empregos diretos e indiretos, com uma produção de aproximadamente 2 bilhões de toneladas de minério por ano. Só em 2018, o setor movimentou US$ 34 bilhões (os dados são do Instituto Brasileiro de Mineração – Ibram).

Os números demonstram a importância desse mercado para a economia do País, mas também acendem um alerta sobre a necessidade de construir uma produção mais sustentável.

“Queremos contribuir para uma mineração mais responsável, sustentável e com barragens seguras no nosso País.

Por isso, vamos oferecer a nossa tecnologia a preço de custo para as mineradoras de Minas Gerais. Queremos fazer a nossa parte para que tragédias como as de Mariana e Brumadinho não voltem a acontecer”, arma Alexandre Marinho.

A tecnologia tem sido aplicada em grandes projetos de empresas internacionais do mercado da mineração, como a BHPBilliton, Codelco e AntofogastaMinerals, no Chile, e Glencore, no Peru.

Mais segurança para as barragens

No modelo atualmente adotado, as decisões são tomadas pelas áreas da empresa de forma isolada ou em conversas com um gestor que centraliza as informações.

Cada decisão é fixa e cada área avalia possibilidades sem considerar todas as variáveis das outras áreas, algo humanamente impossível. Cada execução desse trabalho pode demorar meses para ser finalizado, algo longe dos princípios tecnológicos modernos de ciência de dados e otimização global.

“Vários aspectos mudam, informações são atualizadas e oportunidades surgem ao longo dos projetos e das atividades minerárias, e seria impraticável que as mineradoras refizessem todo o planejamento para entender os impactos dessas novidades. Como consequência, têm uma dimensão parcial dos riscos e impactos de suas operações”, explica Alexandre Marinho.

Com a tecnologia proposta, as empresas podem combinar aspectos geológicos, dados econômicos, restrições legais, ambientais, sociais e muitos outros a qualquer momento, sem precisar dispor de semanas ou meses de pesquisas e estudos condicionados a erros humanos.

A tecnologia consegue rever todo o processo de forma rápida, possibilitando a avaliação de riscos a cada novo cenário. Assim, seria possível avaliar várias possibilidades de disposição de rejeitos, como retorná-lo para a área da mina, cenários com redução ou eliminação do uso de água ou a possibilidade de se restringir o volume de rejeito descartado em barragens, permitindo minimizar os riscos ambientais e humanos.

Para Alexandre Marinho, a tecnologia ainda poderia facilitar o envolvimento do Estado.

“Atualmente, o governo precisa confiar nos relatórios apresentados pelas mineradoras, sem que possibilidades de menor risco sejam estudadas e seus indicadores quantificados. Com o sistema instalado em todas as mineradoras, o Estado poderia solicitar a execução de novos cenários, comparar resultados, acompanhar as ações e organizar prerrogativas para propor formas de minimização de impactos”, argumenta.

Fonte: Diário do Comercio

Precisando de um software de gestão financeira para sua empresa?

Precisa de ajuda para organizar as contas e gerir de forma eficiente as finanças de sua empresa? Fale conosco, nós temos o software Gestão Ninja, o software ideal para sua empresa! Entre em contato conosco pelo telefone: (14) 3221-7067 ou email: sac@aelian.com.br