startup mineração de dados

Nossas pegadas digitais podem dizer muito sobre nossos hábitos, gostos, obsessões e até mesmo denunciar nossas hipocondrias – quantas vezes você pesquisou no Google sobre o que pode haver por trás de uma tosse persistente? Mas se grandes empresas como o Facebook, o próprio Google e até mesmo a Netflix, têm uma noção de como somos por meio de nossas interações na web, há do outro lado empresas que estão iniciando suas jornadas que buscam em nossos dados uma estrutura para contar histórias, tornar usuários mais relevantes e aproximá-los de outras companhias e, bem, ofertar produtos eventualmente.

Durante o Super Demo Day, evento organizado pela Liga Ventures e que marcou o fim do ciclo de quatro grandes programas de aceleração – Oxigênio Aceleradora (Porto Seguro), AES Brasil Inovação (AES Brasil), BrinksUp! (Brinks) e Liga Emerging Technologies (TIVIT) – 22 startups se reuniram no auditório da Porto Seguro, em São Paulo, para defender seus pitches. O objetivo do evento era ressaltar a importância da aproximação das startups com grandes empresas.

Algumas das startups desenvolveram soluções que recorrem a dados abertos na internet para estruturar suas ofertas. Conversamos com os fundadores de três delas para saber por que nossos dados podem ser tão valiosos:

Dataholics

Daniel Mendes, CEO da Dataholics, desenvolveu uma plataforma que utiliza inteligência artificial para capturar e estruturar dados de pessoas a partir de redes sociais e outras fontes públicas da web. Com isso, a solução consegue chegar a uma renda presumida, descobrindo em média quanto ganha um cliente ou um potencial cliente de uma empresa. O lema da startup é utilizar dados para empoderar pessoas. Ao levar em consideração os hábitos, formação acadêmica, o nível digital, o estilo de vida e outros fatores extraídos de redes sociais e da web, a Dataholics consegue desenvolver scores de crédito mais “humanos” e adaptados à realidade dinâmica da vida das pessoas.

Outra aposta da startup mira em uma das tecnologias da vez: o blockchain. Batizada de Selfiance, a solução, ainda em desenvolvimento, faz uso de selfies para confirmar a  identidade de pessoas. “No Brasil, temos muitas fraudes de identidade. Quando alguém vai até uma varejista fazer um cartão, por exemplo, para confirmar sua identidade a Selfiance registrará o retrato dessa pessoa, e cruzando dados como e-mail, celular e CPF, a gente bate essa foto nos órgãos governamentais, buscando também em redes sociais para identificar se aquele perfil que ela dá entrada não é falso. Gravamos essas trilhas de identidade autêntica no blockchain, como se fosse um cartório de identidades autênticas, impossível de ser fraudado”, explica.

Easy Credito

Fundada em  2015, a startup Easy Credito participou programas de aceleração anteriores, incluindo o programa de apoio a startups promovido pelo Google no Brasil. A empresa também vai buscar nos dados a matéria-prima para aproximar bancos e operadoras daqueles que buscam crédito. O CEO e cofundador Marcos Ramos resume o serviço da startup como uma espécie de Tinder do crédito. “Conectamos aqueles que precisam de crédito a aqueles que estão mais dispostos a oferecê-lo”, diz ele em entrevista ao IDG Now!. A ideia para lançar a startup veio após trabalhar 12 anos no mercado financeiro.

“Cada pessoa tem um perfil de crédito que diz respeito a sua condição sócio-econômica, a sua capacidade de pagamento. Da mesma forma que cada empresa tem uma regra de crédito, de clientes que ela está disposta a assumir certos riscos. Mas nem sempre essas informações se cruzam, dão match. E o que a Easy Credito faz é isso, analisar perfis de crédito de pessoas e sugerir para as empresas onde ela terá mais chances de ter seu crédito aprovado”, explica. A startup já conta com 45 instituições financeiras como clientes, incluindo aí grandes bancos como Bradesco, Caixa, Banco do Brasil e a rede de varejo Pernambucanas.

Refinaria de Dados

A startup se propõe a coletar, processar e analisar as pegadas digitais de pessoas para dar um panorama melhor estruturado para empresas de seus potenciais clientes ou candidatos. Uma das soluções que a Refinaria oferece é chamada de People Analytics, voltada para departamentos de Recursos Humanos. “Apoiamos o processo seletivo, e a partir do comportamento digital de candidatos a gente vê quem são aqueles que têm um feed cultural alinhado com a empresa”, resume Rafael Zenorini, CEO da startup vencedora do Super Demo Day. Como prêmio, a empresa recebeu R$ 8 mil em créditos de produtos de parceiros da Liga Ventures.

Além do People Analytics, a startup também oferta soluções voltadas para análise de dados com foco em marketing, influenciadores digitais, recuperadores de crédito e Wi-Fi data. Nossos dados e a privacidade inerente ao tema têm levantado muitas discussões nos últimos meses, ainda mais na iminência de uma Lei de Proteção Geral de Dados brasileira a ser aprovada.

Zenorini reconhece a preocupação e defende que cidadãos precisam ser cada vez mais conscientes de seus dados. “O usuário não se sente incomodado em ter seu dado compartilhado, desde que ele saiba que está sendo coletado e que isso traga um benefício. Precisamos criar uma relação mais justa entre dado e o usuário”, argumenta.

Fonte: IDG NOW

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