Zendesk

Um dos principais entraves para qualquer startup em início é como pagar por uma série de serviços e ferramentas para colocar seu projeto de pé, ou pelo menos criar um produto mínimo viável. Isso pode ficar um pouco mais fácil com um novo programa da Zendesk, empresa com ferramentas e plataformas voltadas para estratégias e engajamento com clientes.

Kristen Durham é diretora da companhia para startups e vem ao Brasil apresentar o Zendesk for Startups, uma iniciativa voltada para empresas emergentes. O anúncio oficial acontece na próxima sexta-feira (30) em palestra no CASE um dos maiores eventos do setor da América Latina.

“Basicamente, representa um investimento da Zendesk para comunidade startups, da qual nós mesmo viemos e da qual nós nos beneficiamos tanto. O que nós estamos procurando é ajudar que companhias que estão começando tenham acesso aos nossos softwares, aos nossos serviços, aos nossos conteúdos, e às comunidades que nós criamos hoje em dia. Que eles tenham mais chances de encontrar clientes oferecendo as melhores experiências possíveis”, explica Durham.

A própria empresa nasceu do mercado de startups na Dinamarca em 2007, sendo que, dois anos depois, mudou a sua sede para o Vale do Silício. Com isso, a gerente lembra que a companhia sabe essencialmente quais são as necessidades de uma empresa em início de processo. Ainda, ela lembra que a companhia trabalhou já com outros grandes do mercado que não pode nem mais ser consideradas startups, como Uber, Airbnb e Netflix.

O que o programa oferece?

Um dos pontos-bases da iniciativa é garantir acesso a plataformas da empresa. Com isso, as startups podem ganhar acesso ao Zendesk Suite, com assinatura gratuita por pelo menos um ano.

Atualmente, a plataforma pode custar desde US$ 5 (cerca de R$ 19) por usuário na versão mais básica, até US$ 199 (perto de R$ 760) por pessoa ao mês. O Suite oferece ferramentas de e-mails e gerenciamento de redes sociais, histórico de interações, kit de desenvolvimento para plataformas mobile e, a depender o plano, até segurança e criptografia avançadas.

A companhia entende que isso pode ser uma grande barreira para uma empresa em ascensão, motivo pelo qual oferece este primeiro ano gratuitamente. Ainda como modelo de negócio, a proposta é que toda a base da startup seja construída em cima das ferramentas da empresa, sendo que, quando estiver mais desenvolvida, se mantenha com a Zendesk.

“Ou seja, não é só dar acesso a tais ferramentas, mas que as empresas entendam o valor dessas ferramentas, dessa plataforma, durante o crescimento de sua startup”, explica Durham.

Junto do Suite, a Zendesk também pretende oferecer outros suportes para as startups. Segundo a gerente, os inscritos no programa poderão também encontrar sites com um guia básico sobre como usar as ferramentas da empresa para suas startups, bem como podem participar de visitas na sede da companhia, na Califórnia, para estudar melhores soluções.

“O que nós estamos fazendo junto com esse programa é não apenas permitir que eles tenham acesso aos nossos softwares, masa todo suporte personalizado, bem como fazer workshops, criar uma comunidade para ajudar as pessoas. Ou seja, não só a ferramenta, mas pensar em como se pode usar essas ferramentas para melhorar a experiência dos consumidores. Também soltamos um guia de startups, para que eles possam entender um pouco mais sobre o assunto. Infelizmente, ainda só em inglês , mas nós estamos querendo lançar uma versão em português ainda este ano. Ele traz o básico para empresas e fundadores que não conhecem muito sobre a nossa plataforma”, conta.

Mercado brasileiro

Durham sabe que o nosso país tem especificidades que podem atrapalhar a implantação startups por aqui. A primeira delas, atualmente, é a cotação do dólar, alto para investimentos em plataformas com moeda estrangeira. Essa primeira barreira já é retirada com a oferta gratuita das ferramentas da empresa.

Contudo, um exemplo de como a companhia está adaptada ao mercado brasileiro é a participação em casos como o da Loggi, empresa de entregas por aplicativo. Utilizando as ferramentas da Zendesk, a companhia resolve mais de 30 mil solicitações de suporte por mês, sendo que as requisições por telefone duram, em média, 20 segundos para serem solucionadas.

Neste ano, a Loggi criou um botão chamado “Deu ruim”. Aqui, ela abre um chamado entre o entregador e o cliente caso haja um problema muito grave na entrega. “A Loggi customizou a abertura de um chamado categorizado usando o ‘Deu Ruim’, funcionalidade que está disponível no celular dos mensageiros. Isso demonstra o poder de integração e extensão do uso da nossa plataforma. Esse recurso entregou a dinâmica ideal entre o atendimento automatizado e humanizado”, afirma o arquiteto de soluções da Zendesk, Ivan Preti.

Quando um entregador usa este botão, o cliente recebe detalhes da ocorrência e a proposta é que se tente resolver o chamado em 7 minutos. Caso isso não aconteça, a Loggi intervém e aciona o cliente por telefone para mediar a solução. A ferramenta já é responsável por 65% das chamadas abertas no serviço.

Este é um exemplo bastante específico para o mercado brasileiro, levando em conta que o chamado “motoboy” é um tipo muito característico de entregador presente só no Brasil. “Eu não conheço nenhum outro lugar do mundo que têm um serviço parecido. Essa interação é importante para a Loggi criar confiança no cliente, já que o serviço de entrega se baseia nisso. Logo, este é só um exemplo de como há um mercado a ser explorado aqui e que precisa ser ouvido”, acredita.

O que tem no pacote e como ter acesso?

O programa Zendesk para Startups dá crédito no valor mensal de US$ 218 pelo período de 12 meses isso é equivalente a 2 licenças da Zendesk Suite no plano Professional, podendo também ser usados os produtos Support, Chat, Guide e Talk. A empresa precisa se inscrever no programa de startups da companhia, pelo site oficial do projeto.

Os requisitos são basicamente três:

  • Os interessados precisam ser novos clientes da Zendesk;
  • Terem menos de US$ 2 milhões em financiamento;
  • Ter menos de 100 funcionários.

Empresas associadas a incubadoras ou aceleradoras parceiras da Zendesk também têm chance de participar do programa.

Hoje a Zendesk conta com 125 mil clientes ao redor de 160 países e territórios com suporte em mais de 40 idiomas. Fundada em Copenhague em 2007, foi transferida para San Francisco dois anos depois e, atualmente, conta com uma sede com 2.200 funcionários.

Fonte: CanalTech

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